Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% da população mundial sofre com alguma dor crônica. No Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas são acometidas pela doença que implica em baixa qualidade de vida, uso continuado de medicamentos, serviços de saúde e incapacidade precoce. No bolso e na saúde, a dor crônica pesa.

Experiência multidimensional relacionada a aspectos físicos e emocionais, a dor se divide em aguda e crônica.  Para os especialistas, a primeira pode até ser útil, pois alerta para necessidade de assistência médica, dura curto período – de minutos a semanas – e costuma desaparecer quando diagnosticada e tratada corretamente. A dor crônica, por sua vez, não tem nenhuma função e é considerada doença. Além de afetar a qualidade de vida, é a principal causa de absenteísmo no trabalho e, por sua extensão, representa alto custo para o sistema de saúde e empresas. De acordo com o ortopedista e traumatologista Guilherme Fernandes, a dor crônica é um  incômodo recorrente, que persiste por mais de três meses. “É uma doença complexa, porque pode ser influenciada por fatores psicológicos, cognitivos, comportamentais, sociais, genéticos e neurofisiológicos. Além disso, requer uma equipe multidisciplinar para um manejo correto”, introduz o médico, destacando que as mais comuns são as que acometem os membros superiores e a lombar.

Dr. Guilherme Fernandes/divulgação

A boa notícia é que os recursos terapêuticos evoluem cada vez mais e vão muito além dos medicamentos e cirurgias. Conforme Fernandes, os procedimentos minimamente invasivos oferecem importantes vantagens: evitam grandes cortes, dor no pós operatório, riscos cirúrgicos, além do fato do paciente poder voltar as suas atividades diárias com mais rapidez. “Esses bloqueios e infiltrações são úteis nas dores de coluna, hérnia de disco, joelho, entre outras. Temos, ainda, a viscossuplementação, tratamento feito a partir da injeção de ácido hialurônico dentro da articulação, o que promove o preenchimento articular nos casos de desgaste. É indicada para joelhos, quadril, ombros, tornozelos, artroses e outras lesões nas cartilagens”, resume o especialista. Em casos específicos, as cirurgias também são alternativas para o tratamento da dor crônica.

Atividade física como recurso terapêutico
Fortemente defendida pelo ortopedista, a atividade física faz parte dos três pilares do tratamento da dor crônica, junto com  medicação e os procedimentos que podem aliviar a dor, como bloqueios e infiltrações. “O paciente com dor crônica e sem  restrições por conta de fratura ou lesão muscular, tem indicação para realizar atividade física. Os estudos mais recentes têm nos mostrado que ela é fundamental para reforço da musculatura, estabilização e melhoria da dor crônica, diminuindo o processo inflamatório, especialmente para coluna e joelho, os maiores vilões da dor crônica.  Com orientação e moderação, o movimento é muito bem-vindo”, garante Fernandes.

Cases bem sucedidos
A dor crônica pode acometer qualquer idade. A técnica de radiologia Kathrein Brasil, de 29 anos, após uma queda de patins, se descobriu com fortes dores na região lombar, chegando até a paralisar as pernas. O tratamento indicado pelo ortopedista foi uma cirurgia de hernia de disco lombar com resultados visíveis e imediatos. “No mesmo dia da cirurgia eu já voltei a movimentar os pés e, no dia seguinte, já consegui andar de novo”, comemora Kathrein. De lá para cá, a recuperação vem sendo acelerada com sessões de fisioterapia e musculação feitas a partir da orientação do médico.

O advogado aposentado Paulo Noronha (67 anos) sofria com dores na coluna – na altura da cervical – passou por procedimentos relativamente simples e minimamente invasivos: bloqueio de nervos da coluna e Infiltração da articulação da coluna. “Depois destes tratamentos, minha qualidade de vida melhorou muito e, hoje, já consigo exercitar de forma leve os braços e pernas”, conta.

Fonte: CCMS Multicomunicação

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