Fundação Iberê reabre para o público no dia 20 de junho
Após quase 30 dias de portas fechadas, a Fundação Iberê reabre suas portas no dia 20 de junho (quinta-feira), das 14h às 18h, com entrada gratuita até o final de julho. Além das exposições Balanço, da artista Luciana Maas, Paulo Pasta – Para que serve uma pintura e Eclipses, que apresenta 19 obras de Iberê Camargo com curadoria de Pasta, o Programa Educativo promove visitas mediadas nos dias 20 (quinta), 23 (domingo) e 29 (sábado); Oficina Caminhar da Cor, em diálogo com a exposição de Maas, no dia 21 (sexta); Oficina Carretel: experimentação com gravura e memória, no dia 22 (sábado); Oficina Contornos da Natureza, no dia 30 (domingo).
Todas as atividades são gratuitas e as inscrições podem ser feitas pelo site da Fundação Iberê.
Novo café – Outra novidade é a nova gestão do Café Iberê: Bianca Prenna e Adriana Rômulo de Vargas, do Café do MARGS.
“Segunda chance. Assim que gostamos de interpretar essa oportunidade de assumir o Café Iberê. Teoricamente, já estava tudo pronto para iniciarmos no mês de maio, mas devido à enchente no RS, tivemos que deixar tudo suspenso. Não só não pudemos iniciar na Fundação Iberê, mas depois de quase três anos tivemos, também, as portas do Café do MARGS fechadas”, diz Bianca.
Iberê e o MARGS – uma exposição conjunta durante a maior catástrofe ambiental do RS
Em uma parceria inédita, a Fundação Iberê e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul inauguram, na FIC, no dia 27 de julho (sábado), a exposição Iberê e o MARGS: trajetórias e encontros. Com curadoria de Francisco Dalcol e Gustavo Possamai, a mostra apresentará mais de oitenta obras do artista pertencentes aos acervos das duas instituições.
O título foi inspirado em um dos mais importantes eventos no MARGS relacionados ao artista: a mostra Iberê Camargo: trajetória e encontros, realizada em 1985. Ela se deu no lastro das comemorações de seus 70 anos, que incluíram uma retrospectiva apresentada pelo próprio MARGS em 1984 e o lançamento do livro Iberê Camargo em 1985, considerado ainda hoje uma das mais completas publicações de referência sobre o artista.
No MARGS, Iberê ganhou mostras individuais, participou de inúmeras exposições coletivas e ministrou cursos. Teve também o ingresso de outras obras suas no acervo por meio de compra, transferência e doação, além de um espaço de guarda de parte de seu arquivo pessoal, o qual destinou à instituição em 1984. Foi também no MARGS que ocorreu sua despedida, com o velório público que teve lugar nas Pinacotecas, o espaço mais nobre e solene do Museu.
Além de trazer novos sentidos a esta exposição, o trágico contexto do Rio Grande do Sul ressoa no posicionamento público de Iberê, um crítico ferrenho dos governantes pelo descuido irresponsável com a natureza. “Entendemos que a exposição não poderia ocorrer em uma espécie de vácuo factual e histórico, sem situá-la no momento e na realidade em que nos encontramos. Assim, a mostra nos permite refletir sobre esses temas através da perspectiva de Iberê, que sempre criticou veementemente a negligência com a natureza, diante dos processos de dominação e destruição ambiental. É pelo olhar dele que podemos renovar o apelo, em nome das instituições de memória e enquanto sociedade, a um compromisso definitivo com a preservação da arte e do meio ambiente“, comentam os curadores.
Fonte: Roberta Amaral – Jornalista