Especialista avalia danos no aeroporto Salgado Filho após enchentes 

Após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, o aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre sofreu danos estruturais significativos. A inundação deixou o terminal e a pista com uma lâmina de água de 63 cm de água por quase 30 dias, impactando a infraestrutura térrea. As áreas afetadas foram do desembarque nacional e internacional, recheck-in, esteiras de bagagem, Receita Federal, ANVISA, Polícia Federal e Polícia Civil. Equipamentos específicos, muitos importados, foram danificados e precisarão ser substituídos, um processo que demandará tempo. Além disso, a pista de pouso e decolagem está sendo avaliada por sondagem devido à infiltração de água, e já foi constatado esfarelamento do asfalto na cabeceira 11, indicando necessidade de reparos. 

De acordo com o professor da Estácio Porto Alegre, André Guedes, a reconstrução do aeroporto será um processo extenso, abrangendo desde a limpeza das pistas até a remoção de lama e detritos dos taxiways e pátios de aeronaves. Devido à complexidade das operações e à necessidade de atender às normas da ANAC, o recape da pista, que possui entre 30 cm e 40 cm de espessura, deverá suportar pousos e decolagens de aeronaves com cargas específicas, como a pista de 3200 metros, que deve suportar aeronaves de até 397 toneladas. “Em face de todos os reparos na infraestrutura física, importações de equipamentos e homologações necessárias para retomar as atividades aeroportuárias no Salgado Filho, estimo um prazo de retorno para dezembro de 2024”, relata. 

Para garantir a segurança dos trabalhadores e usuários durante a reconstrução, todas as normas e regulamentações da ANAC serão observadas, com inspeções rigorosas e homologações das áreas reconstruídas antes da retomada das operações de voo. “A não observância das normas, regulamentações, resoluções, portarias e instruções normativas destinadas à homologação das atividades aeroportuárias, incorrerá primeiramente em atrasos maiores na homologação e liberação das operações do aeroporto”, afirma o professor. 

Conforme Guedes, durante o período de reconstrução, além dos danos já identificados, podem surgir outros problemas, como a necessidade de redimensionar os sistemas de proteção contra enchentes e reposicionar casas de bombas em locais seguros. Alternativas, como o uso do aeroporto de Torres, também estão sendo consideradas. “O desafio está em assegurar proteção para o aeroporto e o mínimo de garantia para a permanência das operações, além de ser importante estudarmos a inclusão de uma alternativa aeroportuária em região que não foi atingida pela inundação, como é o caso do aeroporto de Torres localizado no Litoral Norte do Rio Grande do Sul”, destaca. 

Para o professor, a concessionária tem se mostrado eficiente nas ações realizadas até agora, incluindo a limpeza das áreas afetadas e a liberação do acesso rodoviário ao terminal de cargas internacional, que não foi afetado pela inundação. Apesar da severidade dos danos, há uma expectativa de que o aeroporto Salgado Filho retome suas atividades até meados de dezembro de 2024, após os esforços de engenharia necessários para a reconstrução. 

Fonte: Usina de Noticias
Professor da Estácio Porto Alegre, André Guedes/divulgação

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