Êxtase, filme de Moara Passoni, será exibido dia 21 de novembro no CHC Santa Casa
Êxtase traz um assunto urgente e que precisa estar cada dia mais no horizonte da sociedade. Ele trata a anorexia de forma sensível e poética e conta a história de uma menina que desenvolve o distúrbio de anorexia durante dez anos. Resultando em um projeto onírico e autobiográfico, Êxtase transita na intersecção entre documentário e ficção. Com trilha sonora que inclui música de David Lynch e Lykke Li, o filme proporciona uma experiência imersiva na intimidade da protagonista, e revela um universo desconhecido, mas também estranhamente familiar.
Após circular por mais de trinta festivais internacionais, entre eles o MoMA Doc’s Fortnight nos Estados Unidos, o Visions du Réel na Suíça e a competitiva oficial do CPH DOX Awards na Dinamarca – que chamou a diretora brasileira Moara Passoni de “um dos grandes nomes do cinema da atualidade” –, o filme será exibido no CHC Santa Casa no dia 21 de novembro, seguido de bate-papo com a diretora do filme e com o psicólogo Marcelo Lubisco Leães sobre o tema anorexia e saúde mental. Êxtase esteve presente em mais de 20 países, entre eles Alemanha, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Itália, Noruega e Polônia, e obteve o reconhecimento de diversos prêmios, entre os quais o do Júri da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2020.
Co-roteirista e produtora associada do documentário indicado ao Oscar Democracia em Vertigem, Moara Passoni desenvolve atualmente, com a Maria Farinha Filmes, uma série de ficção baseada na história da Democracia Corintiana. Além disso está escrevendo o roteiro de seu primeiro longa-metragem de ficção inspirado na história do Movimento Contra o Custo de Vida no Brasil dos anos 70 e prepara-se para dirigir o filme de terror e thriller psicológico Howler, escrito por Christina Lazaridi e Sydney Smith e estrelado por Alice Braga.
Êxtase conta a história de Clara, dos 7 aos 17 anos, período em que inicia, mergulha e rompe com a anorexia. Construído como uma autoficção, o longa tem como ponto de partida a história da própria diretora, que sofreu desse transtorno em sua adolescência. “O filme é um processo de investigação do corpo e da minha memória do meu corpo”, diz Moara. No entanto, esse reencontro consigo mesma a colocou em contato com outras mulheres que viveram a anorexia, levando-a a buscar compreender a dimensão coletiva de um sofrimento aparentemente tão individual. O trabalho em colaboração com essas mulheres, que cederam seus diários e relatos para a criação do roteiro, acabou extrapolando os limites da autobiografia.
Todas as cenas do filme foram vividas por Moara ou pelas mulheres retratadas, revelando uma perspectiva sobre a anorexia que é rara, senão inédita, no cinema. O espectador é trazido para a intimidade mais protegida da personagem Clara, em uma imersão em sua realidade delirante, e vai conhecer suas estratégias para anular a fome e para isolar-se cada vez mais. O filme mostra como uma vida feita de restrição, controle e tortura pode aparentar o seu contrário e ser extremamente sedutora. Até que essa prisão se rompa, Clara levará seu corpo e sua vida até o limite. Ao optar por investigar a intimidade dessa menina com anorexia, o filme se afasta dos estereótipos. “Na nossa sociedade da imagem, a tendência é criar um espetáculo grotesco em torno dos corpos das mulheres que padecem por anorexia. Nós evitamos isso”, afirma a diretora.
FICHA TÉCNICA
Diretora: Moara Passoni
Produtora: Petra Costa
Empresa produtora: Busca Vida Filme
Produção executiva: Emilia Ramos, Leda Stopazzoli, Paula Pripas, Leda Stopazzoli, Emilia Ramos
Roteiro e pesquisa: Daniela Capelato, Susana Priz e Maurício Ayer e Moara Passoni, com colaboração de mulheres que padeceram de anorexia
Fotografia: Janice D’Avila
Montagem: Fernando Epstein
Som: Cecile Chagnaud
Mixagem: Edson Secco
Música original: Ismael Pinkler
Soundtrack: “I’m waiting here” de David Lynch and Lykke Li
Duração do filme: 1h15
Duração do bate-papo: 45 minutos
ÊXTASE, filme de Moara Passoni
Dia 21 de novembro, às 19h – seguido de bate-papo
Entrada franca mediante retirada de ingresso no Sympla: sympla.com.br/chcsantacasa
Após o filme terá bate-papo com a diretora Moara Passoni e o psicólogo Marcelo Leães
Marcelo Leães é psicólogo, Membro Pleno do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEPdePA) e Delegado da Federação Latinoamericana de Psicoterapias Psicanalíticas e Psicanálise (FLAPPSIP). Atua como psicólogo do Corpo Clínico do Centro de Tratamento da Obesidade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. No Instagram, é responsável pelo perfil @marceloleaes.psi, onde se dedica ao tratamento das patologias ligadas ao comportamento alimentar. Marcelo é apaixonado por fotografia e teve a honra de expor na Galeria dos Arcos da Usina do Gasômetro com a exposição “Onde Não Pensamos” (2012).
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Fonte: Baumgarten Comunicação