Centro de Memória Bunge resgata documento dos anos 1980 em homenagem a Mário Quintana
Nesta quinta-feira, 30 de julho, completam-se 114 anos do nascimento do poeta, tradutor e jornalista Mário Quintana. Referência cultural no Rio Grande do Sul, estado em que nasceu, e considerado um dos maiores poetas do século XX, Quintana era conceituado como o “poeta das coisas simples”, combinando ironia, humor, profundidade e perfeição técnica em suas obras.
Apesar de escrever desde muito novo, o artista só publicou seu primeiro livro aos 34 anos. Sua estreia com A Rua dos Cataventos, um compilado de poesias, deu início a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Além disso trabalhou como jornalista durantes quase toda a vida e também foi responsável pelas traduções de mais de 130 obras literárias, sendo Palavras de Sangue, do italiano Giovanni Panini, publicada em 1934 pela Editora Globo, a primeira delas.
Durante sua trajetória, a produção poética rendeu-lhe diversos prêmios e homenagens. Em 1966, sua Antologia Poética, publicada pela Editora do Autor (RJ), recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, como melhor livro do ano. No mesmo ano, o poeta foi saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira. Na ocasião, Bandeira recitou o poema Quintandares, de sua autoria, em homenagem a Quintana. Em 1967, recebeu o título de Cidadão Honorário pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre e, no ano seguinte, uma placa em bronze na praça principal de Alegrete, sua cidade natal. Já em 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
Em 1985, a Sociedade Anônima Moinhos Rio Grandenses (SAMRIG), antiga empresa da Bunge no Brasil, publicou seu Relatório da Diretoria “Quintana dos 8 aos 80“, que além das informações financeiras da empresa, homenageava a trajetória do escritor dos 8 aos 80 anos de idade, reunindo diversos poemas de sua autoria, além de fotos e ilustrações. O álbum conta com texto analítico e pesquisa de Tânia Franco Carvalhal, fotos de Liane Neves, ilustrações de Liana Timm e direção de arte de Marilena Gonçalves.
A ideia de reunir poemas, análises literárias e biografia de escritores no documento surgiu em 1971, depois que a SAMRIG decidiu ir além da divulgação de seu desempenho empresarial e passou a fomentar o debate sobre o compromisso das empresas com a realidade sociocultural da comunidade onde atuavam.
Hoje, a publicação integra o acervo do Centro de Memória Bunge, que preserva os mais de 100 anos de história da Bunge no Brasil. Todo acervo está disponível para consulta e visitação, após o fim do isolamento, mediante agendamento.
Sobre o Centro de Memória Bunge
O Centro de Memória Bunge foi criado em 1994 e desde então é um dos projetos da Fundação Bunge. Referência na área de preservação da memória empresarial, o local tem como objetivo a guarda e preservação de documentação histórica, a disseminação do conhecimento e a utilização de seu acervo como um instrumento estratégico de gestão.