Para entender quais formatos e necessidades os clientes que antes compravam os produtos e experiências do Justo em loja, o bar localizado no alto do viaduto da Borges de Medeiros, Centro Histórico de Porto Alegre, desenvolveu uma série de pesquisas com seus consumidores nos primeiros meses de pandemia. Uma das criações que surgiu da análise dos resultados foi o Selo Justo, um selo de certificação para marcas que trazem os mesmos valores do bar. “O Selo Justo certifica as empresas que acreditam nos mesmos valores que os nossos e que tenha produtos que interessem o perfil de nossos consumidores”, afirma Adelino Bilhalva, um dos sócios do local.

Nestes questionários os entrevistados responderam que buscavam locais para comprar itens essenciais para sua despensa. “Produtos de qualidade, naturais, orgânicos, locais, características que se alinham com o que produzimos e com as marcas parceiras do Justo”, revela. As pesquisas apresentaram que os clientes consomem o Justo acima de tudo pelo posicionamento do negócio. “Percebemos que esse aspecto seria decisivo na hora de selecionar empresas parceiras para o e-commerce. Isso também é resultado de tendências de consumo – durante a pandemia as pessoas estão valorizando mais do que nunca marcas engajadas”, declara.

A ideia é que as empresas apliquem um questionário de 16 perguntas, que tratam de questões de gênero, política empresarial trabalhista, sustentabilidade, entre outros. É necessário que a empresa se encaixe em pelo menos cinco dos valores apresentados. “Isso nos ajuda a selecionar marcas para serem nossas parcerias no e-commerce, mas também para serem divulgadas entre nosso público, empresas que acreditam nos mesmos valores que a gente”, conta.

“O Justo não é só um bar. Acreditamos ser uma plataforma que cria projetos deselitizadores em torno da gastronomia. Acreditamos que em tempos de pandemia isso é ainda mais importante. Queremos nos cercar de produtores que tenham essa mesma “vibe” e, para isso, criamos o Selo Justo. Empresas, profissionais, artesãos, artistas, ONG`s, ou qualquer iniciativa que produza algo que tenha interesse e que complete pelo menos um terço da lista. Contamos com apoio da população para fiscalizar essas iniciativas e esperamos que esses requisitos se tornem metas para empresas a fim de tornar o mercado mais humano”.

Após a verificação é emitido um certificado e disponibilizado material gráfico de apoio. Atualmente recebem o selo justo as marcas Panfácil, Zapata, Creäm, Cafés Baden e Trybo. O questionário está disponível em http://justo741.com.br/selo-justo/

A política de preço justo que dá nome ao local foi mantida na operação virtual, que conta com delivery que entrega em mais de 30 bairros de Porto Alegre através de cooperativa de motoboys, evitando o uso de aplicativos de tele-entrega por não concordarem com a política trabalhista dos mesmos — os valores são iguais aos do bar, e há opção para retirar sem custo —, assim como a política de democratizar a boa comida. Com ticket médio de R$ 50,00 por cliente, Bilhalva comenta que o faturamento é oscilante. O empresário acredita que um dos fatores, além da instabilidade econômica por conta da pandemia, se dá a uma nova cultura de consumo. “Os clientes ainda estão descobrindo que estamos oferecendo serviços de delivery. Há pessoas que frequentavam o bar semanalmente, mas o consumo por tele-entrega não é necessariamente o mesmo que o cliente faria in loco, já que nem todos os pratos ou produtos estão disponíveis”.

 

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