Carmen, de Georges Bizet, retorna ao Teatro São Pedro nos dias 6 e 7 de abril
A Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul – CORS retorna com uma das óperas mais famosas de todos os tempos de Georges Bizet. Estão programadas duas récitas: 6 de abril (sábado), às 20h, e 7 de abril (domingo), às 18h.
Considerada a primeira ópera realista, Carmen estreou em Paris, em 1875. A obra de Bizet teve um início complicado: sua crueza chocou as primeiras plateias, que estavam habituadas a espetáculos mais tradicionais e moralistas. A história, dividida em quatro atos, acompanha a jovem cigana Carmen (Camila Umpiérrez), que seduz o cabo Don José (Maicon Cassânego). Após conquistá-lo, ela volta para os braços do toureiro Escamillo (Roger Nunes), sobre quem pesa uma profecia de morte. Inconformado, Don José confronta a cigana, terminando por assassiná-la.
O enredo rico em drama, violência e comédia é embalado pelas composições grandiosas de seu autor, que serão executadas pelo pianista Patrick Menuzzi e pelo coro formado Bruno Mezzomo, Cecília Salatti, Cristiano Mariotti, Gaia Schenini, João Ferreira Filho e Paula Schwartz. Sérgio Sisto assina a direção musical da ópera.
A MONTAGEM
A ambientação original da Sevilha da década de 1820 é trazida para os dias de hoje. Carmen se transforma na cantora de uma casa noturna, enquanto Escamillo é um famoso cantor de ópera vindo de Granada. Já o guarda Don José leva uma vida pacata ao lado da namorada Micaela até abandoná-la por Carmen.
Buscando dar maior intensidade dramática à história, o diretor cênico Carlos Rodriguez fez alterações na partitura, cortando ou adaptando a maioria dos coros, por exemplo. “O dueto de amor de Don José com Micaela antecede a famosa ‘Habanera’ cantada por Carmen, para criar uma narrativa que apresenta a vida pacata, quase monótona, do cabo antes do momento em que conhece o “furacão” Carmen, que modifica sua vida para sempre. A partir daí a história vai num crescendo rumo ao seu desfecho, sem ‘distrações’ na exposição dos acontecimentos“, explica.
Além de assinar a direção cênica e concepção do espetáculo, Rodriguez também é responsável pelos figurinos. Os cenários de Yara Balboni ajudam a atualizar a trama. A coreógrafa Andressa Pereira criou um balé especialmente para esta montagem com a intenção de jogar a luz de Veridiana Mendes na infância miserável de Carmen.
“A abertura da temporada da CORS retoma um grande sucesso do ano passado, planeja uma nova montagem para junho e circula pelo Estado com seus títulos em repertório. Em janeiro, estivemos em Pelotas com Pagliacci e ainda levaremos A Lenda e Flauta Mágica para mais duas cidades da Região Metropolitana. Os três pilares da Companhia atendidos: temporada regular no Theatro São Pedro com duas óperas no semestre, circulação pelo RS levando ópera para todos e formação continuada com a confirmação da 3ª edição do Ópera Estúdio pela SEDAC, em parceria cultural com a OSPA e com o Theatro São Pedro”, desta Flávio Leite, presidente da CORS.
A Companhia apresenta, ainda, nos dias 2, 14, 15 e 16 de junho, no Theatro São Pedro sua nova produção L’Elisir d’Amore, de Gaetano Donizett. Composta em poucas semanas no início de 1832, tornou-se uma das óperas mais encenadas do repertório. Com a leveza proporcionada pelo humor, a obra celebra o triunfo dos sentimentos naturais e sinceros, inscrevendo-se na tradição romântica.
CARMEN
FICHA TÉCNICA
Direção cênica e concepção: Carlos Rodriguez
Direção musical: Sérgio Sisto
Cenários: Yara Balboni
Iluminação: Veridiana Mendes
Piano: Patrick Menuzzi
Coreografia: Andressa Dessana
Carmen: Camila Umpiérrez
Don Jose: Maicon Cassânego
Micaela: Elisa Lopes
Escamillo: Roger Nunes
Zuniga: Fernando Wielewicki
Dancaïre: Vinícius Braga
Remendado: Oséas Duarte
Frasquita: Izabella Domingos
Mercedes: Jou Bennemann
Coro: Cecília Salatti, Paula Schwartz, Gabriela Jucá, Gaia Schenini, Cristiano Mariotti, Bruno Mezzomo, João Ferreira Filho
Apoio: Fundação Theatro São Pedro, OSPA, Associação de Amigos Theatro São Pedro
Fonte: Roberta Amaral | Projeção Cultural