O vestuário foi um dos setores da economia mais atingidos em 2020 por causa da pandemia. De acordo com o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Rio Grande do Sul (SIVERGS), estima-se que a retração do número de empresas do segmento no Estado foi de aproximadamente 22%. A rápida descapitalização, falta de matérias-primas e problemas de acesso aos créditos governamentais, fez centenas de empresas, na maioria de pequeno e médio porte, encerrarem as atividades,  deixando desempregadas pelo menos, 1.400 pessoas. Mesmo com um pequeno aumento de 4,9% nas vendas do primeiro trimestre de 2021 comparado ao mesmo período do ano passado, a entidade que representa este importante setor está lançando a campanha “A moda que você usa faz o futuro que você quer”, que tem por objetivo estimular o consumo, inclusive o online, de marcas locais.

“É uma forma de fazer a roda da economia do nosso Estado voltar a girar com força. Ganha a indústria, que faz crescer o seu faturamento, podendo aumentar a produção e empregar mais; Ganha o Estado, que arrecada mais impostos, podendo aplicar mais recursos em saúde, educação, segurança e infraestrutura.” afirma Silvio Colombo, presidente do SIVERGS.  No ano passado a arrecadação do setor em ICMS, segundo a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, foi de R$ 85,1 milhões, representando 0,4% do total arrecadado pela indústria gaúcha, que faturou R$ 21,7 bilhões. Comparado com 2019, uma queda de 17,5% de recolhimento de impostos, que naquele ano, arrecadou R$ 103,1 milhões. Sobre uma projeção para 2021, o SIVERGS vem fazendo pesquisas regulares junto às empresas para poder analisar o grau de confiança dos empreendedores da área.

SIVERGS – Crédito Celina Carvalho/ Casa de Criação

Atualmente, as 15 mil empresas da cadeia têxtil no Rio Grande do Sul são responsáveis por 23 mil empregos diretos e 38 mil indiretos.   Destas, apenas 2.535 possuem mais de 10 colaboradores.  “Quando se trata de empregabilidade a cadeia têxtil é a primeira da economia, pois englobamos diversos setores com fiação, tecelagem, confecção e criação”, diz Rogério Bértoli, vice-presidente do SIVERGS.  A campanha “A moda que você usa faz o futuro que você quer”, é um estímulo para ampliarmos os números de empregos, pelo menos, recuperar os que foram perdidos no ano passado, acredita Silvio.

TAG – Outro fator importante por trás do manifesto é a valorização do produto. “Queremos, também, destacar a qualidade e a criatividade da nossa produção. É hora de mostrarmos que somos um polo moderno de confecção. De mostrar quem somos”, enfatiza Katiane da Cunha Martins, diretora do SIVERGS.  Para identificar a origem das roupas feitas aqui, a entidade criou uma TAG, etiquetas que serão anexadas, inicialmente, nas peças feitas pelas empresas associadas à entidade. “Em um segundo momento, abriremos para empresas não filiadas, por um custo acessível, e ainda, disponibilizar para os demais sindicatos do setor a distribuição para suas empresas filiadas no Estado”, conclui Silvio.

Expectativa da Indústria Vestuário Inverno 2021
Em pesquisa realizada no período de cinco a 20 de abril 2021 apontou as expectativas dos empreendedores da Indústria do Vestuário do Estado para a estação Inverno/2021.

Manterem-se abertos e estáveis é o objetivo de 53,7% dos entrevistados. Já 24,4% pretendem reposicionar a marca para crescer em negócios futuros. Também chama a atenção o crescimento da Moda Conmfy e Serviços às Indústrias, o que demonstra uma adequação das empresas ao novo momento.

 

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