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Acervo do Museu Julio de Castilhos é fonte para pesquisa internacional

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O acervo do Museu Julio de Castilhos (MJC) reúne documentos e peças que representam a história do Rio Grande do Sul. Os pesquisadores internacionais estão começando a reconhecer essa riqueza. Exemplo disso é Ryan Morrison, que está em Porto Alegre buscando dados para um doutorado na Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos. Crítico cultural, ele trabalha no Museu analisando o livro “Rio Grande do Sul: Terra e Homem”, publicado na década de 1950 pelo fotógrafo alemão Wolfgang Hoffman-Harnisch.
Para Doris Couto, diretora do MJC, a vinda de estudantes de fora do Estado e do país para o trabalho de pesquisa destaca as diversas funções da instituição, além da questão turística e escolar. “Junto ao trabalho de Ryan, que tem um caráter internacional, temos duas pesquisas de doutorado, duas de mestrado e uma de extensão da UFRGS em andamento”, afirma Doris, destacando a frequente busca por informações no museu. “Também vamos retornar com a revista do Julio de Castilhos, reforçando nosso papel de promover o conhecimento com base em nosso acervo”, garante. Para o trabalho de pesquisa é necessário agendar previamente a visita, pelo mail: pesquisa2@gmail.com
Ryan Morrison – Foto: Ariel Lopes
Ryan faz doutorado na área de Língua e Cultura Latino Americana, na qual também é professor, na Faculdade de Espanhol e Português, analisando o tema do imaginário racial da região do Pampa. “Meu principal objetivo é fazer a população estar com o pensamento aberto, sempre crítica às ideias prontas, impostas”, garante. Morrison fica em Porto Alegre até 21 de agosto, por meio de uma bolsa de estudos, para se dedicar ao trabalho de campo, antes de voltar para escrever e apresentar a tese, o que deve acontecer em 2022. “Me sinto um privilegiado por realizar esse trabalho”, comemora, garantindo que gostaria de conseguir uma parceria com alguma instituição local para voltar ao Estado e aprimorar o trabalho ainda antes da apresentação da tese.
A pesquisa analisa a presença real do povo negro na lida no Pampa, comparando a narrativa escrita e consagrada com a oralidade, presente no campo e em quilombolas do Rio Grande do Sul.  O livro, objeto da pesquisa no Museu Julio, mostra imagens registradas de uma temporada em que o fotógrafo alemão Wolfgang Hoffman-Harnisch esteve na região. Além do confronto de ideias, Ryan busca uma abordagem questionando como o negro confronta esse imaginário, inclusive a partir de lendas tradicionais, como a do Negrinho do Pastoreio e suas representações imagéticas retratadas em pinturas e esculturas. Uma vez defendida, a tese deve vir a ser publicada.

 

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