A Porto Alegre histórica nas formas e cores do pintor Erico Santos

No aniversário de 253 anos da capital gaúcha não poderia faltar uma exposição inteiramente dedicada à data. “Paisagens de Porto Alegre na pintura de Erico Santos” cumpre o papel de homenagear a cidade, e seus moradores, e o faz ousadamente em meio à realização de dois grandes eventos culturais que dominam os espaços expositivos locais, a 14ª Bienal do Mercosul e o Portas para a Arte.

“Paisagens de Porto Alegre”, além do aniversário da capital, assinalado oficialmente em 26 de março, celebra também os 50 anos de carreira de Erico, um dos principais nomes das artes visuais no estado. O local da exposição dos 18 óleos produzidos entre o último agosto e fevereiro passado não poderia ser mais adequado: o Museu de Arte do Paço.

Praça da Alfândega, 50 x 60cm

O Paço Municipal, aliás, adornado pela Fonte Talavera, é uma das joias arquitetônicas retratadas na mostra, que tem a curadoria de José Francisco Alves, doutor em História da Arte e especialista em Patrimônio Cultural.

Erico usa uma paleta vibrante e harmoniosa, que transmite uma sensação de luminosidade. Tons quentes e frios proporcionam um contraste equilibrado, em composição que confere profundidade. As pinceladas soltas e expressivas, e o uso da luz e sombra, sugerem uma atmosfera dinâmica e cheia de movimento”, escreve Alves sobre a série.

Por sua vez, o escritor Armindo Trevisan, também em texto para a exposição, anota que Erico “resolveu privilegiar locais que carregam o patrimônio memorialístico dos porto-alegrenses“, referindo-se aos locais retratados. Para Trevisan, a visão de Erico é “substanciosa e saudável” e sua estética “se mostra superior e alérgica ao consumismo visual”.

Morador de Porto Alegre desde 1981, o artista diz que retratar a cidade é “retratar a minha mais sincera relação de amor a um lugar. Além de ser um belo e agradável lugar, cheio de árvores, pássaros, e um magnífico lago, seus prédios históricos não perdem para os das melhores cidades do mundo em requinte arquitetônico. Aqui encontrei a minha namorada, há 44 anos, que me deu os meus dois filhos. Porto Alegre é uma paixão e uma vida para mim”.

Erico nasceu em Cacequi, na região central do Rio Grande do Sul, mas se criou em Santa Maria, onde, ainda menino, surgiu o interesse pelas artes. Jovem, foi para São Paulo e trabalhou como restaurador no atelier do italiano Renzo Gori. Entre um restauro e outro, também pintava, e seus trabalhos eram levados por marchands.

Erico Santos em frente ao Museu de Arte do Paço, local de sua exposição – Foto: Carlos Souza

Desde 2007, Erico mantém atelier em Milão, sua base nos cerca de seis meses que passa na Europa a cada ano – ele descende de italianos por parte de mãe (família Di Primio) e sua mulher, Paola, é nascida na terra de Michelangelo e Leonardo da Vinci.

Em razão desses laços, o artista, cuja personalidade é marcada pela discrição, deixa transparecer uma ponta de orgulho por ter obras em permanência nas galerias Lazzaro, em Milão, Immagine, em Cremona, e Satura, em Gênova.  Em 2013, Erico Santos foi premiado na V Bienal de Arte Contemporânea de Gênova.

SERVIÇO
Exposição: “Paisagens de Porto Alegre na pintura de Erico Santos”
Local: Museu de Arte do Paço (Praça Montevideo, 10, Centro Histórico)
Curadoria: José Francisco Alves
Abertura: 27 de março, às 18h
Visitação: até 23 de maio
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Entrada gratuita

Fonte: ASSESSORA Comunicação Estratégica
Fonte Talavera, 80 x 100 cm (destaque)

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