A busca por soluções estéticas definitivas para as sobrancelhas tem aumentado significativamente no Rio Grande do Sul, acompanhando uma tendência nacional. O transplante de sobrancelhas — antes visto como uma alternativa restrita — ganha cada vez mais espaço entre quem deseja corrigir falhas ou recuperar os fios perdidos por causas como depilação excessiva, cicatrizes ou condições médicas. Mas junto com a popularidade do procedimento, cresce também um alerta: a prática realizada fora do ambiente médico pode trazer riscos sérios à saúde e ao resultado final.

De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS), o transplante de sobrancelha já representa 11% das cirurgias capilares realizadas em mulheres e 4% entre os homens, dados referentes a 2022. É hoje a segunda cirurgia capilar mais procurada por mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do transplante capilar tradicional.

“O transplante de sobrancelhas exige preparo cirúrgico, conhecimento anatômico e experiência com a técnica. Infelizmente, temos visto clínicas estéticas oferecendo esse serviço sem respaldo médico, o que representa um grande perigo“, alerta a Dra. Viviane Souto Spadoni, médica oftalmologista formada pela UFRGS, e uma das pioneiras no Brasil na técnica FUE Long Hair para sobrancelhas.

Essa técnica, considerada a mais avançada do mercado, permite a extração de unidades foliculares da região posterior do couro cabeludo sem precisar raspar o cabelo. Os fios, já longos, são implantados diretamente na sobrancelha, possibilitando a visualização imediata do resultado. “O FUE Long Hair preserva o aspecto natural e é minimamente invasivo. Mas precisa ser feito com rigor técnico, respeitando o ângulo, a direção e a harmonia do rosto de cada paciente“, explica a médica.

Diferente da micropigmentação ou de soluções temporárias, o transplante oferece um resultado definitivo, com fios que crescem naturalmente. Ainda assim, Viviane reforça: “É um procedimento médico. A sobrancelha é uma estrutura delicada, e qualquer erro — como falhas nos enxertos, cicatrizes ou infecções — pode ser difícil de corrigir.” A profissional também alerta para as principais complicações que vêm ocorrendo com frequência em centros estéticos não habilitados: infecções, perda de fios implantados, resultados artificiais e uso de técnicas ultrapassadas.

Como se proteger?
A recomendação é clara: antes de realizar o procedimento, o paciente deve verificar o registro do médico no CRM, conhecer a estrutura da clínica, buscar avaliações de outros pacientes e esclarecer todas as dúvidas em consulta. “O transplante de sobrancelhas pode transformar a autoestima de quem perdeu os fios. Mas é fundamental que isso ocorra com segurança e sob os cuidados de um profissional qualificado. Informação e responsabilidade devem estar sempre em primeiro lugar“, finaliza a Dra. Viviane.

Fonte: C² Comunica
Imagem: Divulgação Viviane Spadoni