“DESTROIA” é o espetáculo teatral de conclusão do ano 1 do Curso de Formação de Atores – manhã/2019 da Casa de Teatro de Porto Alegre, uma adaptação de obras da tragédia grega. A montagem que estreia dia 13 de fevereiro é dirigido por Larissa Sanguiné, Denis Gosch, Everton Rodrigues e Zé Adão Barbosa.

A peça reinventa o mito grego acerca da Guerra de Troia e as figuras trágicas envolvidas. Inspirado nas obras clássicas de Eurípedes, Ésquilo, Sófocles e a contemporânea de Christa Wolf, que atravessa com outro olhar através de “Kassandra”. Uma conjugação de momentos icônicos, embaraçados com textos escritos pelos atores, provocam outras questões sobre o evento trágico. Andrômaca, Agamenon, Cassandra, Clitemnestra, Electra, Hécuba, Helena, Ifigênia, Menelau, Orestes, são revisitados por outras possibilidades da tragédia do inexorável.

A encenação se desenrola em uma reconfiguração de figuras trágicas sob a ótica da performance, que permite leituras mais amplas das construções do mito. Entrelaçando as tragédias que descrevem os acontecimentos que levaram a guerra de Troia através dos textos gregos, abrem-se espaços de reflexão, traduzidos em textos pessoais das atrizes e dos atores. Ao longo do processo de criação, estes mesmos dedicaram-se a discutir o inexorável que torna atemporal estas narrativas, gerando uma peça performativa, alinhando e processando informações do trágico na sociedade ocidental.

Cenografia e figurinos são molduras do resultado das cenas criadas, em uma instalação numa sala em que o público transita. Gregos e troianos se distinguem pela atmosfera e cores dos figurinos, em que os atores e as atrizes são hora uns e hora outros. A manipulação de tecnologia de imagem e som na peça, também é uma conceituação sobre o caos de guerra, integrados pelo elenco na cena. O que habitualmente está nos bastidores, se assume como objeto cênico, corroborando com a subjetividade evidente desde o início do processo.

A musicalidade do trabalho é um dos propulsores da encenação, embalados pela sonoridade eletrônica contemporânea, tendo como referencial a artista islandesa Björk. O imagético tecnológico sonoro proposto infringe diretamente no que espera o nosso imaginário sobre as tragédias gregas. Estas transgressões de ruídos levam a uma visualidade, que compões uma estética vívida de DESTROIA, que transitam em muitos de nossos referenciais imagéticos acerca do distópico.

Serviço
O quê: Espetáculo Destroia
Onde: Casa de Teatro de Porto Alegre (Av. Cristóvão Colombo, 400)
Quando: De 13 a 20 de fevereiro, sempre às 21h

 

 

 

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