Espetáculo teatral sobre cartas e correspondências – Stand Up Drama
Stand Up Drama é um espetáculo que trata de questões emocionais da alma. São depoimentos, testemunhos pessoais, existenciais, executados nos moldes do “stand up comedy”, ou seja, um ator de cada vez, que se apresenta em pé, sem acessórios, cenários, caracterização, para uma plateia.
Nesta edição os textos do Stand Up Drama são baseados e adaptados de cartas e correspondências escritas por Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, André Gorz, Marilyn Monroe, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino.
Algumas cartas servem como conselhos, outras como advertências. Intrigas da alma, confissões, ameaças, estratégias, declarações de amor.
As diferentes correspondências interpretadas por seis atores respondem a estados de espírito muito diversos entre elas, apesar de serem “aparentemente” tristes.
As cartas mostram que a felicidade está dentro de nós pelo fato de estarmos vivos e usufruindo – do jeito que for possível – a vida.
Ser feliz é um aprendizado e podemos chegar à felicidade através da tristeza: a tristeza é provisória e a felicidade é permanente.
Cartas apresentadas no espetáculo
- De Clarice Lispector, para sua irmã. Da Suíça, onde acompanhava o marido, um diplomata, Clarice Lispector envia esta carta carinhosa à irmã, em 1946. A escritora Clarice Lispector (1920-1977) envia uma carta de 28 de dezembro de 1946, de Berna, na Suíça, para a irmã Tania Kaufmann. Por mais que seja uma carta íntima, para uma irmã, percebe-se aí o toque de Clarice. É uma carta belíssima. A carta enviada de Berna é uma das 120 compiladas em “Minhas Queridas”, livro lançado pela editora Rocco. Inéditas, escritas entre 1940 e 1957, para as irmãs Elisa Lispector e Tania Kaufmann.
- De Caio Fernando Abreu, para seu amigo, escrita em 22 de dezembro de 1979. A carta foi enviada pelo autor a seu grande amigo, o jornalista José Márcio Penido, e nela relata a criação do livro “Morangos mofados”, fala de sua admiração por Clarice Lispector e Dalton Trevisan e estimula o amigo a escrever.
- De Vinicius de Moraes, que escreve para o amigo morto, sua alma gêmea, Antônio Maria. Vinicius de Moraes, escreve em 1964, para o amigo morto, Antônio Maria.A carta foi escrita no dia da morte de Antônio Maria: Morrer num bar. Tocante texto da derradeira despedida, em 15 de outubro de 1964. Com a morte precoce do amigo, após um infarto na calçada de um bar carioca, a amizade virou mito.
- De Marilyn Monroe, escreve ao médico, em 1961. Ela revela alguns detalhes da doença e, principalmente, da experiência vivida em uma clínica psiquiátrica de Nova York. Em 1961, a psiquiatra que tratou de Marilyn Monroe, tinha certeza de que sua paciente cairia nas garras do suicídio, decidiu internar Marilyn num Hospital Psiquiátrico. Quatro dias de pesadelo foram suficientes para Marilyn Monroe, em 1º de março de 1961, escrever seis páginas da passagem aterrorizante de sua vida para o médico Ralph Greenson, que mais tarde a atenderia e se tornaria uma chave até o dia de sua morte.
- De André Gorz, escreve à esposa a beira da morte, em 2007. O escritor e filósofo austríaco André Gorz, fala de uma história de amor, que é a verdadeira pérola do amor eterno. O austríaco, radicado na França, André Gorz (1923-2007) era conhecido por suas obras nas áreas da filosofia e da sociologia. Carta a D. é do princípio ao fim é uma declaração de amor, na qual a trajetória intelectual do autor é revisitada. O livro foi escrito para homenagear Dorine, com quem partilhou a vida por quase sessenta anos. Os dois foram encontrados mortos, juntos. Carta a D. transformou instantaneamente seu autor num total sucesso na área da literatura.
- De Paulo Mendes Campos, escreve à garrafa de uísque. Muitos escritores de sua geração foram fiéis apreciadores de uísque. Nesta carta ele compara o vício ao amor. Carta de separação à garrafa de uísque de Paulo Mendes Campos. Esta “Carta de separação”, crônica até hoje inédita em livro, foi publicada na coluna “Primeiro plano”, do Diário Carioca, Rio de Janeiro, 29/10/1953, onde Paulo foi colaborador desde 194
- De Hélio Pellegrino, escreve em 1970, para o pai. Carta ao pai morto. Foi com esta carta escrita depois da experiência da perda do pai, o médico Braz Pellegrino, que Hélio Pellegrino o homenageou. Tão lúcido quanto humano e afetuoso, o depoimento reflete a ternura do sentimento de filho na véspera da data de aniversário do pai, morto aos 63 anos, no dia 15 de dezembro de 1969.
No elenco
Iran Mizunsky, Regina Contino, João Segatto, Eduardo Bahlis, Rafaelel Gitz e Caroline Machado
Direção: Bob Bahlis
Bob Bahlis é um dos diretores de teatro mais atuantes do Rgs. Dramaturgo e professor de teatro, escreveu e dirigiu a peça em homenagem ao atleta Fernandão, vítima de um acidente aéreo. A peça “Um certo capitão Fernando” vem emocionando e atraindo centenas de pessoas ao teatro. Recentemente dirigiu um musical com Carlinhos Carneiro, vocalista da Banda Bidê ou Balde, chamado “Coração de Búfalo”. Também já foi diretor de televisão na Band e apresentador da Tve.
Diretor dos espetáculos
1. João e Maria, uma aventura no terreno Baldio/ Infantil/ Direção e Dramaturgia
2. Homens/ Adulta/ Direção e Adaptação do roteiro homônimo de Doris Dorrie – “Homens”
3. Dez(quase)Amores/ Adulta/ Direção e adaptação do livro homônimo de Claudia Tajes
4. Pedro Malazarte e a Arara Vermelha/ Infantil/ Direção. Autor: Jorge Furtado
5. Filhote de Cruz Credo/ Infantil/ Direção e Adaptação do livro homônimo de Fabrício Carpinejar
6. Stand Up Drama/ Adulta/ Direção e Adaptação da obra Eu Pensei que meu pai fosse Deus de Paul Auster.
7. Morgue/ Adulta/ Direção e Dramaturgia
8. Clube dos Cinco/ Adulta/ Direção e Adaptação do filme homônimo de Jonh Hugues .
9. Piá Farroupilha/ Infantil /Direção e adaptação de Bob Bahlis, da obra de Carlos Urbim .
10. As Mulheres que amavam Gainsbourg/ Adulta /Direção Geral
11. Jogo de Escolhas/ Infantil/ Direção geral.
12. Tedy, o Amor não é para amadores/ Adulta / Direção e texto
13. Perto do Fim – Sylvia Plath /Adulta/ Direção e Texto
14. REALIZANDO: A Myrna como ela é /Adulta/ Direção Geral
15. Cronicamente Veríssimo/ Adulta/ Roteiro final e direção
16. FemiNelson/ Adulta/ Roteiro final e direção.
17. Um Hippie, um Punk e um Rajnessh/ Adulta/ Direção Geral, texto Ricardo Silvestrini
Data: 27 e 28 de Junho (quinta e sexta-feira)
Horário: 20h30min
Local: Teatro da Cia de Arte. Rua dos Andradas, 1780, Centro, Porto Alegre
Ingressos: 20 reais inteira e 10 reais (estudades, terceira idade e professores)
Duração: 60 min