Maquiagem na pandemia: Oftalmologista alerta para cuidados e possíveis doenças
O uso de máscara como equipamento de proteção individual em meio à crise pandêmica da Covid-19, e o fato de metade do rosto permanecer coberto, direcionaram a atenção para o olhar.
Com o foco nos olhos, aumentou, também, o uso de maquiagem e procedimentos estéticos na região. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o Brasil é o terceiro maior mercado global de produtos do gênero e a empresa de pesquisa norte-americana 1010data confirma que em 2020 (primeiro ano da pandemia) as vendas de maquiagens para os olhos aumentaram 9% ao mês no Brasil.
De acordo com o oftalmologista e professor da Ulbra, Cesar Silveira, nem tudo é só beleza quando o assunto é o olhar. Ele alerta para a importância de observarmos além da estética. “As maquiagens usadas de forma inadequada podem causar irritações, conjuntivites, ceratites traumáticas, blefarite e outras doenças”, afirma o médico, destacando que os sintomas podem se manifestar como olho seco ou vermelho e sensação de corpo estranho. Essas alterações que parecem simples, no entanto, podem dar início a algo mais complicado.
Dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) dão conta de que duas em cada dez mulheres apresentam problemas oculares causados pelo uso incorreto de produtos de maquiagem na região dos olhos. Silveira explica que a utilização de itens vencidos, limpeza de pele incorreta e falta de cuidado durante a aplicação são as causas mais prováveis das doenças oculares causadas por maquiagem.
O oftalmologista, no entanto, afirma que não é necessário que as mulheres interrompam o uso de maquiagem na região dos olhos, bastando cuidados simples:
- Utilizar produtos de qualidade e dentro da data de validade;
- Higienizar as mãos antes da aplicação dos produtos;
- Fechar os cosméticos logo após o uso para evitar contaminação;
- Limpar as escovas de rímel com assiduidade e substituí-las a cada três meses;
- Não compartilhar com outras pessoas produtos de maquiagem;
- Evitar maquiagem com purpurina, usando sombras compactas (evitar as líquidas ou cremosas);
- Utilizar pó facial compacto para que o excesso não se deposite nos cílios;
- Usar o delineador por baixo da borda palpebral para evitar obstrução das glândulas;
- Optar por rímel a base de água;
- Remover a maquiagem antes de dormir com demaquilante próprio para a região dos olhos.
- Quem usa lente de contato deve fazer a maquiagem após a colocação das mesmas e retirá-las antes da remoção dos produtos.
“Mesmo observando esses cuidados, se a paciente notar qualquer sinal de desconforto, oriento suspender o uso dos cosméticos e procurar um oftalmologista rapidamente”, finaliza Silveira.
Fonte: CCMS Multicomunicação