Médico gaúcho arrecada R$ 4,9 milhões em vaquinha solidária para o Rio Grande do Sul
Por meio de uma vaquinha virtual divulgada nas redes sociais, o médico gaúcho, Victor Sorrentino, já arrecadou um montante de R$ 4,9 milhões. A meta, de acordo com Sorrentino, é que chegue a R$ 7 milhões, valor este que será totalmente destinado para o apoio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Através da campanha Apoio Total RS, Victor comanda diversas ações de ajuda humanitária, possibilitando o transporte, o recebimento e distribuições de donativos, água e medicações. Até o momento, o médico já movimentou mais de R$ 30 milhões em doações que já atenderam 34 municípios, além de entidades como Secretarias de Saúde, Corpo de Bombeiros e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers).
“Nada disso seria possível sem o apoio incansável dos colaboradores da minha clínica, a VS Clinic, das minhas demais empresas e com a colaboração de parceiros de diversos setores. As doações não se restringiram a recursos financeiros, recebemos também toneladas de alimentos, medicamentos, cobertores, colchões e itens de higiene pessoal”, relata Sorrentino.
“Estes esforços conjuntos nos permitiram atender às necessidades emergenciais de abastecimento de hospitais e abrigos, além de outras demandas críticas da sociedade. É um trabalho que não pode parar, porque teremos a partir de agora um longo caminho ainda de reconstrução“, avalia.
Newton Ribeiro da Rosa, diretor médico do Hospital de Parobé, da Secretaria de Saúde de Parobé e da Secretaria de Saúde de Taquara, conta que na primeira semana das enchentes recorreu ao Victor para repor insumos médicos essenciais. “Entrei em contato com o Victor por indicação de contatos meus em Caxias do Sul. Nosso hospital é referência em ortopedia de alta complexidade em duas regiões do estado, a região 6 e 7. Na primeira semana ficamos vazios, estávamos até sem fios de sutura”, relata Newton. “A ajuda dele foi muito importante, recebemos muita medicação que faltava e insumos hospitalares. Na nossa região, dois hospitais ficaram completamente desabastecidos, Rolante e Três Coroas, que foram alagados. Igrejinha teve o primeiro piso alagado também. Com essa ajuda pudemos repassar parte para essas localidades atingidas também. A nível de estado, esses hospitais menores, em cidades menores, estariam em uma situação muito ruim se não fosse esse apoio”, avalia.
De acordo com o prefeito de São Sebastião do Caí, Júlio César Campani, a cidade teve a farmácia municipal impactada pelas águas e também precisou de apoio. “A nossa farmácia foi duramente atingida pela enchente e perdemos muito medicamentos. Essa ajuda do Dr. Victor foi de fundamental importância para nós, até para que pudéssemos então ter o nosso estoque regulado e dar condições de atendimento para as necessidades da nossa população”, afirma.
O médico João Pedro Hoefel, Gerente de Internação do Hospital Fêmina, em Porto Alegre, conta que houve um problema de distribuição de água no bairro e ficaram sem abastecimento. “Outros grandes hospitais também ficaram sem água, como o Conceição, a Santa Casa, o Moinhos de Vento e o Presidente Vargas. Recebemos caminhões pipa da Secretaria Municipal de Saúde, mas com o agravamento da crise, houve dificuldade na entrega dessa água. A capacidade recebida não comportava a demanda do hospital. Foi quando fizemos um chamado para a sociedade e chegamos assim até o Victor. Era um momento muito difícil, tínhamos água para apenas mais 3 horas de consumo. Era desesperador, uma margem muito curta para o que fazemos no hospital. Atendemos somente mulheres, então fazemos muitos partos, além de atender também a parte de câncer de mama, mastologia, cânceres e cirurgias ginecológicas. Também temos uma UTI Neonatal que funciona 24 horas por dia. Três horas na área médica é nada. No momento mais difícil de todo o hospital, essa ajuda permitiu a manutenção das atividades“, afirma.
Rogério Pletz, que é médico e reside em um condomínio de sítios em Eldorado, soube que o posto de saúde Nélson Marchezan, o único de Parque Eldorado, estava desabastecido e ainda abrigava pessoas desabrigadas pelas enchentes. “A região ficou completamente isolada, caiu uma parte da BR, e permaneceu assim por duas semanas. Não chegava nada. Nem água, comida, combustível e nem remédio. As pessoas precisavam de tudo e não chegava nada. Como eu acompanhava as ações do Victor nas redes, entrei em contato com ele e fiz o meio de campo com o posto de saúde. Victor conseguiu trazer os medicamentos de helicóptero, que foram providenciais. Parte foi entregue também para a Secretaria de Saúde de Arroio do Ratos”, relata o médico.
A diretora técnica do Hospital Regional de São Jerônimo, Alexandra Daniel, ressaltou a importância da ajuda que só pôde chegar por via aérea. “Ficamos ilhados, sem nenhum acesso via terrestre. A única maneira era de avião e o Victor foi um dos primeiros a nos mandar suprimentos como medicações, água e fraldas. Nosso hospital é regional e referência para aproximadamente 400 mil habitantes. Foi extremamente importante esse apoio. Nós como instituição agradecemos imensamente uma ajuda que a gente não esperava e que foi tão providencial e importante “, comenta.
Victor esclarece que a operação de distribuição conta o suporte de forças públicas, como o 18º Batalhão da Brigada Militar de Viamão, o Corpo de Bombeiros, a Base Aérea de Canoas, o Aeroclube do Rio Grande do Sul, o Aeroporto Regional de Caxias do Sul e a Defesa Civil. “São essenciais na logística e transporte de todas as doações, sejam elas doadas para a nossa campanha ou compradas por nós, por meio dos valores obtidos com a nossa vaquinha. Os secretários de saúde e prefeitos que nos ajudaram a canalizar os recursos para os locais mais necessitados foram muito importantes também“, detalha.
Até o momento, Apoio Total RS já movimentou 20 aviões lotados com toneladas de medicamentos; 20 caminhões com medicamentos; 5 caminhões com água engarrafada; 18 aeronaves com doações diversas; 5 caminhões pipa e 180 mil litros d´água para 8 hospitais e 4 abrigos; 1 helicóptero alugado; 1 avião alugado; 50 carretas de doações; 53 caminhões com doações; mais de 120 toneladas de alimentos; mais de 50 mil marmitas; 20 mil colchões; 15 mil cobertores; 2 caminhões de brinquedos; conjunto de ferramentas para bombeiros; 60 capas de chuva para a Base Aérea de Canoas; 4 empilhadeiras para a Base Aérea de Canoas; 2 empilhadeiras para a Base Aérea de Santa Maria; 2 empilhadeiras para a Defesa Civil de Porto Alegre e 2 caminhões para a Defesa Civil de Porto Alegre.
Fonte: @azpressbrasil