Programa faz acompanhamento da Frequência Escolar na Rede Municipal de Viamão
O cenário atual da educação pública do Brasil possui índices preocupantes. De acordo com resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), do ano de 2016, 54,73% dos alunos concluintes do 3º Ano do Ensino Fundamental apresentaram níveis insuficientes de leitura, 33,95% níveis insatisfatórios de escrita e 54,46% níveis deficitários de matemática. No entanto, em Viamão, 61 escolas da Rede Municipal implementaram o Sistema de Ensino Estruturado, um programa educacional ligado ao aprendizado do aluno e baseado em três pilares: frequência, desempenho e ritmo (desenvolvimento de conteúdos). Em um ano, a infrequência escolar caiu 45% entre os 17 mil alunos, de quatro a 12 anos, do município.
“Se a criança não está na escola, ela não aprende. Isso nós já detectamos”, afirma Luciana Ferreira, Coordenadora do Sistema de Ensino Estruturado. Para evitar que as crianças faltem, diretores, professores e pedagogos criaram estratégias importantes. A planilha de frequência é uma delas e é adotada por todas instituições. Nela, o próprio aluno marca a presença ou a falta. “Se ele vai na aula e faz o tema, ele marca a cor verde. Se ele vai na aula, mas não fez o tema de casa, ele marca a cor azul. Se o aluno falta a aula, mas tem uma justificativa, ele marca a cor amarela. Agora, se ele falta e não comprova o motivo da ausência, ele marca vermelho. Assim ele vai criando um gráfico de presença”, conta Luciana. Segundo a coordenadora, o aluno desenvolve a responsabilidade e o pertencimento ao grupo, à turma, à escola, passando a se sentir importante e valorizado.. Além disso, existe a ronda de frequência, onde os diretores verificam, todos os dias, se os alunos estão presentes. “O que antes se levava quase um trimestre para visualizar que a frequência era baixa numa turma, hoje os gestores têm esse mapeamento diário e um gerenciamento mensal da frequência da sua escola. Através deste mapeamento/gerenciamento fica claro onde ele precisa atuar com alguma estratégia para melhorar a frequência”, afirma Luciana.
Outro ponto fundamental são as reuniões bimestrais. Nelas, é oportunizado a proximidade entre a família e escola para o desenvolvimento integral da criança. Os professores escrevem bilhetes sobre a situação do aluno em sala de aula. “Os pais não sabiam o quanto é importante que os seus filhos frequentem a escola. Eles acham que não tinha problema faltar a aula. E, agora, eles já estão entendendo e apoiando o programa”, conta Luciana.
INCENTIVO – Os alunos são incentivados a estarem dentro da escola através de pequenos, porém, importante estímulos. A Escola Araçá, por exemplo, dá bótons para alunos destaques, com boa frequência e bom desempenho escolar. “É mais fácil convencer o aluno sobre a importância de não faltar que um pai ou uma mãe, que são mais resistentes”, lembra Luciana.
“O programa não é só do aluno, só dos pais ou só dos professores, é de um conjunto de todos para poder dar certo”, afirma Jennifer Buratto, mãe do Rian, do 1º Ano. “Todo o dia ele leva para casa um teminha, uma atividade diferente, uma leitura. Eu disse para ele que se ele for bem na sala de aula, fizer os temas, eu dou um bolinho de chocolate para ele. E como tu não vai acompanhar o teu filho na escola? É o futuro dele”, comenta Jennifer.
Consciência que já está presente nos alunos. “Eu sei que a gente começa não gostando da escola. Mas, depois, a gente começa a entender e gostar. É muito importante estudar para aprender e evoluir o nosso cérebro”, finaliza Bernardo Guerin, aluno do 1º Ano. A frequência na pré-escola é de 82% e no Ensino Fundamental 1 (até a quinta série) já é de 90%. “Estamos felizes porque nossos alunos estão aprendendo e queremos terminar o ano letivo de 2019 com 100% dos alunos lendo bem. Nosso desafio”, conclui Ferreira.