Programa Médicos pelo Brasil pode ganhar versão gaúcha
Em 1º de agosto deste ano foi criado o Programa Médicos pelo Brasil, um substituto ao Mais Médicos. Com as mudanças anunciadas pelo Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul deve perder mais da metade do número de vagas do programa. Das atuais 1.320 distribuídas em 375 municípios, o Estado passará a ter, nos próximos meses, apenas 634 em uma quantidade menor de cidades. Para impedir os impactos gerados com o déficit de médicos, o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS) sugere a criação de uma versão gaúcha do programa nacional. A proposta será lançada no dia 21 de agosto, na Sogipa (R. Barão do Cotegipe, 415), em Porto Alegre, durante o Seminário Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária em Saúde. O evento reunirá autoridades do setor, entre elas, o Secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde Erno Harzheim.
“Inspirados na experiência de outros Estados brasileiros, queremos propor a criação de um programa direcionado às necessidades do Rio Grande do Sul”, afirma Diego Espíndola de Ávila, presidente do COSEM/RS. Segundo ele, uma das referências é o Programa Médico da Família Ceará, um convênio entre o Governo do Ceará e a prefeitura do município de Fortaleza.
O projeto gaúcho deverá será executado em cooperação com órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, dos Estados e dos Municípios e com consórcios públicos. Também serão incluídas instituições de educação superior gaúchas, programas de residência médica, escola de saúde pública e outras entidades privadas. “A contratação emergencial de médicos aos locais mais vulneráveis do Rio Grande do Sul impacta significativamente na redução de indicadores ainda insatisfatórios. Dessa forma o fortalecimento das equipes com a manutenção do quadro completo de profissionais ajudará no enfrentamento da epidemia de HIV/Aids, a qualificação de atenção às situações crônicas e o fortalecimento da rede materno infantil e tantas outras ações sensíveis atenção básica”, esclarece.
Poderão, também, participar médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado no País, bem como, médicos formados em instituições de educação superior estrangeiras com habilitação para o exercício da medicina no exterior, por meio de intercâmbio médico internacional. “Assim como no projeto original, os profissionais atuarão nos serviços de APS do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de modalidades formativas de ensino, pesquisa e extensão”, explica Diego.
O Estado deverá investir na contratação de 242 médicos, com salário médio de R$ 12.386,00, e 19 profissionais multiprofissionais para dar o suporte pedagógico, técnico, administrativo e de execução do projeto.