Quadros do artista André Santos, produzidos com resíduos de indústrias gaúchas, em exposição no Theatro São Pedro
A Sala de Exposições do Theatro São Pedro apresenta a exposição O Tempo na Pele de 1º a 25 de setembro (de terça a domingo a partir das 16h – até o início dos espetáculos), uma mostra de trabalhos recentes do porto-alegrense André Santos. O artista – que atua há mais de 30 anos nas artes visuais – , nos últimos cinco tem incorporado em sua poética diferentes materiais além da tinta para se expressar. Nesta oportunidade trás couros variados, resíduos de indústrias gaúchas.
Das conhecidas telas abstratas em cores vibrantes, sobretudo o vermelho e o dourado, às decupagens e stencils com grafite, desde 2019 vem surpreendendo em seus feitos pictóricos, a partir de experimentações com materiais que vão de pigmentos puros, papéis variados, pedras preciosas, metais, ao uso de couros.
“Em minhas constantes experiências pictóricas, que envolvem pesquisa e intuição, o couro surge como material de representação. A primeira obra surgiu em 2021, em grande dimensão, intitulada “O sangue que corre é o mesmo”. Foi onde iniciei o aproveitamento de resíduos de indústrias moveleiras e de moda, proponho um novo percurso para esse material que é um abrigo para os seres vivos, onde nele se protegem e atravessam sua existência.”, conta André sobre a origem dessa série inédita que estará na Sala de Exposições do TSP. A primeira obra contou com mais de 9 mil tiras de couro bovino. Já as oito obras inéditas que vão estar na exposição, têm também couros exóticos como de pirarucu, arraia, avestruz e píton. O artista criou composições abstratas muito bem equilibradas com as peles, a tinta acrílica, o bastão a óleo, pigmentos como o zarcão (tetróxido de chumbo), pedras preciosas e chapas metálicas.
Através dessas peles, que fizeram parte da vida de animais, André interage criando cenários de absoluta organicidade e constantes transformações. Num sentido inverso à vida, essas peles/couros passaram por tratamentos químicos adquirindo outras características que se somam às originais. Para o artista: “O tempo agiu nessas peles de forma natural e não natural e a diversidade de cores, formas e texturas é ampla. Isto se reflete nestas composições em que os couros se juntam a tinta e outros materiais e se materializam, num universo imaginário onde o tempo passa e tudo se transforma”.
O período da mostra coincide com o início do maior evento de artes do Sul do país, a Bienal do Mercosul, quando Porto Alegre vai viver plenamente a retomada dos espaços institucionais. Uma boa oportunidade para o público incluir o teatro no roteiro de visitas a exposições.
SERVIÇO
Exposição O tempo na pele, de André Santos
Curadoria Genuinaobra
De 1° a 25 de setembro de 2022
Horários: de terça a domingo a partir das 16h (até o início dos espetáculos)
Sala de Exposições do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº)
Apoio Genuinaobra e Fabrès
@andresantosart
Fonte: Imprensa Theatro São Pedro