Criado no bairro de Interlagos, em São Paulo, Rubens Barrichello, ainda criança, foi presenteado pelo avô com um Kart. O pai dele, vendo o deslumbramento do garoto pela máquina disse: “dorme e estuda e deixa que eu fico responsável pelo custo do veículo”. Esta foi a largada para o ex-piloto de Fórmula 1 iniciar sua brilhante carreira no automobilismo mundial. Barrichello esteve nesta quarta-feira (21), na Arena do Conhecimento, na FIERGS, em Porto Alegre, onde palestrou sobre “Mudança: oportunidade de fazer melhor”.

Solícito e tranquilo, ele interagiu com a plateia e contou algumas histórias dos tempos em que disputava a Fórmula 1 pela Ferrari, que tinha como piloto principal o alemão Michael Schumacher. Um dos mais famosos casos foi quando Barrichello foi forçado a deixar o seu companheiro de equipe, que tinha privilégios dentro da escuderia italiana, a ultrapassá-lo, bem na reta da linha de chegada. “Temos o péssimo hábito de julgar as pessoas sem sabermos a verdadeira história. Se 99% das pessoas tivessem ouvido o que me disseram no rádio pouco antes da ultrapassagem, teriam feito a mesma coisa. Fiquei mal, pois não é da minha índole fazer o que tive que fazer”  desabafou. Ele afirma que, “caso tivesse ganho aquela corrida poderia ter sido o fim da sua carreira”.

Espiritualista, Rubinho diz que na vida a gratidão é o mais importante. “Sempre temos algum aprendizado com as situações”, acredita. O atual piloto da Stock Car sustenta que as pessoas devem crer que o sucesso delas irá acontecer. “A fé é fundamental, pois todos temos algo para conquistarmos na nossa vida”, salienta. Aliás, em 2018, Barrichello sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), porém ele não teve sequelas. “O mau do universo é o stress e temos que aprender a lidar com isso. Graças a Deus, eu fiquei entre os 14% das pessoas que são acometidas por este derrame e não sofrem sequelas“, agradece.

De carona com o tema da Expoagas 2024, que é a Superação, o ex-piloto de Fórmula 1 afirma que “a superação surge nos momentos de maior dificuldade e é nessa hora que aparece a nossa força“, ensina. Ele desabafa que decidiu sair da Ferrari quando percebeu que não tinha mais como mudar o outro. “Não conseguimos mudar o próximo, mas conseguimos nos modificar“, resume. Barrichello também considera felicidade estar no local onde queremos. “Em 46 anos de carreira considero que o meu melhor momento é na Stock Car“, finaliza.

Fonte: Enfato Multicomunicação
Rubinho Barrichello – Crédito: Aline Fernandes