Última temporada de Ecos terá homenagem à vida e à obra de Suzana d’Ávila

A Transforma Cia de Dança celebrará a trajetória de Suzana d’Ávila com ECOS, o último espetáculo dirigido pela coreógrafa ao lado de Pamela Agostini. As apresentações, que ocorrem nos dias 26 e 27 de outubro (sábado, às 20h, e domingo, às 18h), no Theatro São Pedro.

Antes de cada espetáculo, Suzana será homenageada por um grupo de artistas dançando suas coreografias. No sábado, as fundadoras da Companhia, Adriana Klausberger, Andreia Gottardo, Claudia Scarpato, Cristiane Nunes, Fernanda Rochefort, Leci Ranzi e Rosângela Webber Rolim se reúnem em uma obra da década de 1980. No domingo, diversas gerações de bailarinos que tiveram uma trajetória marcante na Transforma apresentam Blues (1997), o trabalho mais dançado do grupo, que teve remontagens em 2005, 2012 e 2022.

ECOS – criado há 31 anos para alertar sobre as emergências climáticas
No ano em que uma catástrofe ambiental afetou de forma avassaladora o Rio Grande do Sul, a Transforma traz novamente uma obra que transcende a dança ao explorar a interconexão entre a humanidade e o meio ambiente, inspirado no conceito de Gaia, de José Lutzenberger (1926-2002).

O ambientalista defendia uma ética focada na importância da vida, a continuidade da vida na Terra e o respeito e toda reverência para com ela. “Precisamos de uma nova ética – na verdade muito antiga – holística e abrangente, uma ética que abraça toda a criação, uma ética baseada no princípio fundamental, proposto por Albert Schweitzer, de reverência pela Vida em todas as suas formas e manifestações”, escreveu Lutzenberger em 1990, em “Reverência pela vida”.

ECOS é uma releitura do espetáculo original, que estreou em 1993, um ano após a RIO92 (ONU). A nova montagem, que também celebra os 35 anos da Companhia, é uma resposta à necessidade urgente de abordar o desequilíbrio ambiental causado pelas ações inconsequentes da sociedade, conduzindo o público desde a harmonia primordial até a dissonância causada pelo individualismo desenfreado. O elenco formado por onze bailarinos traz para a arte questões do mundo contemporâneo, como o consumo desenfreado e o excesso de lixo que a humanidade produz. Cris Nunes, que participou da montagem original de ECOS, é um dos nomes que revisita a obra nesta temporada.

Suzana d’Ávila – Foto: Alexei Willy

A representação cênica atualiza a obra original e busca traduzir, através da poética da dança, a evolução da relação da humanidade com o seu meio, a sua harmonia, mas também a dissonância crescente em virtude de uma atitude cada vez mais individualista. Está no DNA da Transforma abordar assuntos pertinentes à sociedade, e com ECOS não é diferente. Queremos convidar o público a repensar sobre suas atitudes, com o intuito de despertar para a consciência uma reflexão sobre os comportamentos individuais que afetam o coletivo. Para construirmos um futuro mais sustentável, compete a nós a postura ética de escolher o melhor caminho“, escreveu Suzana sobre sua última obra. Ela criou mais de 100 coreografias e 15 espetáculos, um feito para uma companhia de dança independente.

A obra mantém vivo os legados de Suzana e de Lutzenberger, reafirmando a relevância do tema em um contexto de crescente crise climática“, destaca o diretor artístico da Transforma, Fernando Muniz.

SERVIÇO
Transforma Cia de Dança apresenta ECOS
Quando:
 26 e 27 de outubro | Sábado e Domingo
Horários: Sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Onde: Theatro São Pedro – Palco Principal (Praça Marechal Deodoro s/n- Centro Histórico)
Ingressos: R$20 a R$100
Ingressos antecipados – https://theatrosaopedro.rs.gov.br/ecos-transforma-cia-de-danca

Fonte: Roberta Amaral | Jornalista
ECOS – Foto: Alexei Willy

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.