O pioneiro da linguagem contemporânea nas artes plásticas no Brasil vai ganhar exposição na Fundação Iberê, em parceria com o Instituto Wesley Duke Lee. “Wesley Duke Lee – A Zona: A vida e A morte” apresenta três fases que aconteceram simultaneamente para o artista, entre os anos 1962 e 1967. Ao todo, são 59 itens entre pinturas, desenhos e colagense, como os trabalhos de “Jean Harlow”. Criada em 1967, a série reúne 30 desenhos que partiu do interesse de Wesley por relatos da sina trágica da atriz americana, conhecida como “vênus platinada” de Hollywood dos anos 1930. A abertura ocorre no dia 31 de agosto (sábado), às 14h, com visitação até 27 de outubro no 4º andar do centro cultural. Entrada franca.

No dia 1º de setembro (domingo), o Cine Iberê faz sessão comentada de “A Última Viagem de Arkadin d’y Saint Amér”, com Cacilda Teixeira da Costa (SP) e Sérgio Zeigler (SP) – diretores do documentário – e Eduardo Veras (RS). O curta-metragem é um retrato em três atos do artista Wesley Duke Lee, em que o poeta Zuca Sardan narra as aventuras de Arkadin D’Y Saint Amér, alter ego do pintor. Um documentário sobre as contradições e os conflitos de um artista cuja obra teve sua plenitude nos anos 1960 – eterno “enfant térrible”.

Paulistano nascido no bairro de Santo Amaro, Wesley Duke Lee (1931-2010) estudou desenho no Museu de Arte de São Paulo (MASP), viveu em Nova York, cursou publicidade na Parsan School e trabalhou no Museu Metropolitan. Teve como mestres o pintor Karl Platnner e o cineasta Ingmar Bergman

Experiência com LSD para criar – Com trabalhos expostos nas bienais de Veneza e de Tóquio, ele se dizia influenciado pelo movimento dadaísta, pela Pop Art e pela publicidade. Inquieto, ainda na década de 1960, foi um dos primeiros voluntários para testes sobre os efeitos do LSD, numa clínica em São Paulo. Tomava o ácido e se trancava numa sala para desenhar. Essa experiência resultou nas séries Lisérgica e Da Formação de um Povo, dotadas de forte carga política contra o regime militar.

Wesley foi professor de uma geração, que inclui Carlos Fajardo, José Resende e Luiz Paulo Baravelli, que, em 1970, fundaram a Escola Brasil, um projeto ancorado na ideia de que o aprendizado da arte passa, sobretudo, pela experiência no interior de ateliês, e não pelo ensino formalizado de história, técnicas e métodos, como prescrito pelas escolas de arte tradicionais.

Em seus últimos anos, Wesley Duke Lee sofreu do Mal de Alzheimer. O artista faleceu em setembro de 2010, aos 78 anos de idade, vítima de complicações respiratórias decorrentes de sua doença. Sua arte, contudo, permanece viva.

Serviço
Exposição Wesley Duke Lee – A Zona: A vida e A morte
Local: 4º andar
Período de exibição: de 31 de agosto a 27 de outubro
Classificação indicativa: Livre
ENTRADA FRANCA

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