Isenção de visto para China amplia oportunidades para turismo e agências gaúchas se preparam para aumento na demanda

Desde o dia 1º de junho, cidadãos brasileiros com passaporte comum podem entrar na China sem a necessidade de visto para estadias de até 30 dias. A medida é válida até 31 de maio de 2026 e se aplica a viagens de turismo, negócios, intercâmbio, visita a parentes ou trânsito, desde que não envolvam atividades remuneradas.

A nova política de isenção visa fortalecer os laços com países sul-americanos e promete facilitar o intercâmbio entre China e Brasil. Para o setor de turismo, a medida pode impulsionar o fluxo de viajantes interessados em conhecer a cultura milenar chinesa, suas inovações tecnológicas e ampliar relações comerciais.
Agências filiadas à Associação Brasileira de Agências de Viagens do RS (ABAV-RS) , que já operam com roteiros para a China, identificaram o bom momento para estimular as viagens ao destino. Algumas apontam que a procura já aumentou desde o anúncio da isenção. É o caso da Dial Tour, cuja diretora, Iolanda Klaic , relata: “Recebemos novas consultas no mesmo dia do anúncio! E muitas pessoas que antes deixavam a viagem para depois estão dizendo ‘agora vai!‘. A burocracia era uma das barreiras que deixava o viajante em dúvida. Com o fim da exigência do visto, a China entrou oficialmente na lista dos sonhos viáveis.


Para Ilse Maria Zimmermann, sócia da IMZ Turismo , que há anos organiza roteiros para o destino, o planejamento continua sendo essencial: “Mesmo sem a barreira burocrática do visto, é recomendável que quem deseja viajar à China procure uma agência honesta e com conhecimento das características daquele país, como sua logística, opções gastronômicas, hospedagem e alternativas de comunicação, já que existem restrições a alguns aplicativos e sites.”

Já Ana Rita Wosiack Teixeira, diretora da Art Travel, reforça que o visto nunca foi um impeditivo para os clientes da agência, que buscam cultura, história, gastronomia e experiências autênticas: “É importante considerar a barreira de idioma, as diferenças culturais, a necessidade de um bom planejamento e o suporte local. Também é relevante lembrar das restrições de acesso a alguns aplicativos e sites.”

O que conhecer na China: de atrativos clássicos a vivências diferenciadas
Os gaúchos que viajam à China têm perfis variados, desde exploradores culturais a viajantes corporativos, e costumam visitar cidades como Pequim, Xian, Guilin, Xangai e Hong Kong, combinando pontos turísticos clássicos, deslocamentos práticos (como o trem-bala) e vivências culturais. Entre as experiências diferenciadas em roteiros personalizados estão aulas de tai chi, cerimônias do chá, passeios sob lanternas e visitas a templos budistas.
A China é um destino vasto, com uma diversidade cultural e geográfica que encanta desde o curioso até o executivo em busca de novas oportunidades. Para quem nunca esteve no país, agências especializadas recomendam começar pelos pontos turísticos mais tradicionais.

Pequim

  • A Grande Muralha da China;
  • Cidade Proibida;
  • Praça da Paz Celestial;
  • Templo do Céu;
  • Ninho do Pássaro e Cubo d’Água (parque olímpico);
  • Gastronomia local com destaque para o famoso pato laqueado.

Xian

  • Museu dos Guerreiros de Terracota;
  • Ponto de partida da Rota da Seda;
  • Vida noturna animada com danças tradicionais nas praças.

Guilin

  • Caverna da Flauta de Cana;
  • Montanhas cársticas e navegação pelo Rio Li;
  • Lago Shanhu e os pagodes gêmeos do Sol e da Lua;
  • Experiências como passeio de barco sob lanternas e visita a vilarejos tradicionais.

Xangai

  • Skyline futurista e o contraste entre a arquitetura colonial;
  • Passeio noturno pelo Rio Huangpu para admirar as luzes da cidade;
  • Visitas a jardins clássicos chineses e templos budistas.

Chengdu

  • Centro de preservação dos pandas gigantes;
  • Templos, sítios arqueológicos, arquitetura tradicional, lojas de artesanato, comidas típicas e apresentações culturais.

Hong Kong

  • Mistura de modernidade e tradição cantonesa;
  • Mirantes, gastronomia premiada e arranha-céus imponentes;
  • Big Buddha (Tian Tan Buddha) e Templo Man Mo;
  • Mercados Noturnos e bairro Mong Kok.

Na hora de planejar uma viagem à China
Apesar da dispensa de visto, o planejamento de uma viagem à China exige atenção e conhecimento, principalmente pelas diferenças culturais, logísticas e tecnológicas do país. A ABAV-RS recomenda o suporte profissional para garantir a segurança, atenção aos detalhes e o aproveitamento máximo da experiência.
Entre os principais pontos de atenção destacados por agências associadas da ABAV-RS em uma viagem à China, estão:

Planejamento antecipado – a China é um destino extenso, com muitas possibilidades. Para aproveitar bem o tempo e evitar deslocamentos cansativos, é fundamental montar um roteiro personalizado com antecedência;
Idioma e comunicação – o idioma é uma barreira importante e o acesso à internet é restrito. Plataformas como Google, WhatsApp e redes sociais ocidentais não funcionam no país sem VPN, o que pode dificultar a comunicação;
Suporte local – contar com guias locais experientes, que falem português ou espanhol, faz toda a diferença na experiência;
Hospedagem e alimentação – conhecer as opções com antecedência ajuda a evitar surpresas com hábitos alimentares e tipos de acomodação;
Seguro viagem completo – essencial, especialmente em um país com normas de saúde e atendimento diferentes das ocidentais;
Passaporte e passagem –  a Embaixada da China no Brasil recomenda passaporte com validade mínima de seis meses e comprovante de saída (passagem de retorno ou para terceiro destino).

Fonte: Andressa Griffante – Jornalista
Foto: Getty Images

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