Porto Alegre é escolhida para ação que leva recado à cúpula do G20
Em 18 de julho, sábado, ministros da Economia e presidentes de bancos centrais dos países do G20 estarão reunidos por videoconferência para discutir uma reação em conjunto às consequências econômicas da pandemia do coronavírus. Esse encontro pode influenciar decisões sobre políticas públicas que movimentarão trilhões de dólares, nas 20 maiores economias do mundo, entre as quais está o Brasil.
A 350.org, organização global que trabalha pela justiça climática, está promovendo uma série de ações criativas de ativismo, em sete países, para pressionar os governantes a tomarem medidas por uma Recuperação Justa diante da pandemia. O recado aos governantes é claro: se vão usar o dinheiro do povo para reativar a economia, devem investir em setores e políticas que beneficiem as pessoas mais vulneráveis e que ajudem a sociedade a superar também a crise climática.
Na América Latina, a cidade escolhida para as ações foi Porto Alegre, alvo de investidas do setor de carvão. Um projeto que vem sendo combatido pela 350.org e por uma série de movimentos locais de cidadãos prevê a instalação da maior mina de carvão mineral a céu aberto da América Latina a cerca de 15 quilômetros da capital gaúcha. Caso saia do papel, o projeto pode impactar a saúde e o bem-estar das mais de 4,5 milhões de pessoas que vivem na Região Metropolitana.
Sobre a ação em Porto Alegre – Na noite de quarta-feira, 15 de julho, Renan Andrade, organizador de campanhas da 350.org, liderou uma ação que projetou nas pilastras da ponte do Guaíba mensagens que pedem o fim do financiamento ao carvão mineral e medidas de Recuperação Justa no Brasil e em outros países.
“A ponte é um cartão postal da cidade e é por onde o carvão terá que passar, se a mina se concretizar. O funcionamento da mina traz o risco de doenças gravíssimas para a população. Seria um retrocesso, que o povo gaúcho não pode deixar acontecer”, diz Andrade. “Dizer ‘não’ a essa mina significa levar o nome do Rio Grande do Sul para o mundo como um exemplo de gestão corajosa e compromissada com com o combate às mudanças climáticas”, completa.
Instituições financeiras também foram alvo de protesto. Em outro cartão postal de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, a sede do Banrisul e da Caixa, dois bancos públicos, os ativistas pediram o fim do financiamento dos investimentos em combustíveis fósseis.
Além de Porto Alegre, ativistas estão realizando ações para pressionar o G20, nesta semana, em cidades da África do Sul, Alemanha, Bangladesh, Filipinas, Reino Unido e Rússia.