Caixinhas de leite abrem denúncias de violência no Interior do Brasil
Os QR Codes estampados em caixinhas de leite das marcas Elegê, Itambé, Batavo e Parmalat resultaram em 225 denúncias de violência à mulher nos últimos 12 meses. Destas, 80,9% tratavam-se de ocorrências de média ou alta gravidade e 38% foram cadastradas como primeiro contato dessas vítimas com um sistema de apoio. Muitos dos pedidos de socorro têm origem em municípios do Interior do Brasil, áreas onde não há delegacias especializadas em crimes contra a mulher em operação. Houve, inclusive, caso de mulher que encontrava-se em situação de cárcere privado e foi socorrida por meio da caixinha.
Ao completar um ano do projeto e 365 milhões de embalagens produzidas com o canal de denúncia, Lactalis Brasil e Justiceiras anunciam, na sexta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, a prorrogação do uso do “botão de pânico” nas embalagens de leite UHT. “Os resultados indicam que há um grupo de mulheres brasileiras sofrendo em silêncio e que encontraram nas caixinhas um canal aberto de apoio no seu dia a dia”, destaca Patrick Sauvageot, presidente da Lactalis para o Brasil e Cone Sul.ram
Segundo a advogada especialista nos Direitos das Mulheres, ex-promotora de Justiça e idealizadora do projeto, Gabriela Manssur, os dados mostram a força democrática do leite, que atinge locais onde o sistema formal de denúncias não chega. “As caixinhas são acesso à Justiça. Seja no interior, seja na cidade, a caixa de leite está na cesta básica e agora também está na casa de milhares de mulheres brasileiras, milhares de famílias como uma estratégia de luta, prevenção, conscientização e combate à violência contra mulheres. A violência contra as mulheres existe, sim, e você pode pedir ajuda! O projeto Justiceiras estará ao seu lado”, disse Gabriela Manssur.
O QR Code estampado nas caixinhas dá acesso a um canal de denúncias exclusivo e que aciona uma rede de apoio multidisciplinar. Segundo o levantamento, 92% das vítimas têm filhos e 44,9% sofreram a violência em casa. O estudo indicou ainda que 28% das vítimas residem com o agressor. Os tipos de violência mais relatados foram a psicológica (35,6%), a física (27,1%) e a ameaça (15,1%). O canal funciona sete dias por semana, 24 horas por dia e recebeu 70 mil acessos no período. Os pedidos de ajuda são recebidos por uma equipe multidisciplinar especializada do projeto Justiceiras. Com a autorização das vítimas, as denúncias são encaminhadas para as autoridades competentes.
O projeto Justiceiras está alinhado com a razão de agir da Lactalis Brasil, anunciada na comemoração de seus 90 anos em 2023. Focada em Nutrir o Futuro, a empresa está disposta a transformar a realidade das comunidades onde atua, levando desenvolvimento, qualidade de vida e sustentabilidade. “Estamos comprometidos com o Brasil. Queremos fazer do progranismo que temos no setor do leite um exemplo transformador para toda a sociedade”, frisou Sauvageot.
Fonte: Jardine Comunicação